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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

"Inspirado" - Inspiro e piro.

Inspirado
Inspirado, como um boi no pasto. Inspirado, bem alimentado e casto. Inspirado, como um boi sem saco. Pacato, capado, sem pecado. Como um boi, mascando seu amido. Tudo lindo e semi-adormecido. Som macio e gosto, colorido. E o vazio, lotado de infinito. Inspirado e gordo, como gado. Carne fresca, recheando o couro, Com um olho para cada lado. Inspirado, como nenhum touro. Inspirado, como um boi pesado. Esperando Amor no matadouro. (por Arnaldo Antunes - 1995)

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

SETSUBUN

Dia 03 no japão e 04 de fevereiro aqui no Brasil é dia do SETSUBUN. Desejo a todos uma otima passagem desta data. Pedindo a Deus proteção para todos. Ganharemos nova missão a partir desta data. Peço atenção na leitura segue abaixo, texto bem esclarecedor deste momento:

MEISHU‑SAMA: Como tenho falado todos os anos sobre o Setsubun*, pouco adiantaria, a essa altura, falar a respeito, mas, seja como for, da parte de Deus, é um dia muito importante. Especialmente, a cada ano que passa, o Setsubun vai assumindo maior importância. Não posso me aprofundar muito, mas o que fica evidente para todos**, é que, em suma, a purificação se tornará intensa. Tornar‑se‑á forte. E isso acontece no Setsubun e no dia 15 de junho. Nessas datas é que a purificação fica mais severa. Só que existe uma diferença entre o Setsubun e o dia 15 de junho. Nesta data, o Mundo Espiritual fica mais claro. O elemento fogo aumenta. Já o Setsubun não é assim. A atuação de Deus começa a mudar. No Setsubun é feito o ajuste de contas dos pecados e impurezas do Mundo da Noite. E, por ocasião do dia 15 de junho, o Mundo Espiritual fica mais claro. É algo assim. E isso vai ficando cada vez mais intenso, sabe?

Mioshie‑shu nº 7 (05/02/1952)

*véspera do dia do início da Primavera, no Japão – 3 de fevereiro
**no caso, seriam os membros da Igreja Messiânica, Meishu-Sama falava para eles.



"Meshima", a ilha onde Ushitora no Konjin (ou Kunitokotati-no-Mikoto) viveu em reclusão por três mil anos; seguidores Oomoto realizar um serviço especial na ilha a cada cinco anos.



Passado o período dos dias mais frios do inverno, preparamo-nos para receber a primavera de beleza e juventude, que enche de energia todos os seres da Criação. Como tal estação do ano, o início da primavera é realmente motivo de felicidade. Trata-se do dia de hoje; entretanto, para os messiânicos, reconhecemos que o dia de hoje tem mais um significado importante.
Como diz o poema de Meishu-Sama:

“O Deus Kunitokotati ( ou Ushitora no konjin) , que há muito esteve confinado, Se manifesta hoje, no dia do início da Primavera ” – o dia do SETSUBUN é celebrado como o dia em que o Deus Justo se manifesta.

A respeito de Deus manifestar-se, Meishu-Sama explicava da maneira a seguir:

“Antigamente, o Deus chamado Kunitokotati-no-Mikoto governava a Terra. Entretanto, como Ele era um Deus muito rigoroso, justo e correto, e julgava severamente mesmo os mais pequenos pecados, o povo dessa época, não suportando esse estado de coisas, juntos, acabaram confinando esse Deus. A partir de então, o mundo veio corrompendo-se progressivamente e acabou se transformando no Mundo da Noite. Entretanto, isso não ficará assim para sempre. Chegando o tempo, novamente, este Deus aparecerá e fará o acerto de contas dos pecados desses muitos anos até esse dia – ou seja, exterminará o Mal, salvará o Bem, e transformará, dessa vez, o mundo em verdadeiro mundo do Bem. Ele tem essa atuação. E esse tempo finalmente já chegou”. De acordo com o que diz Meishu-Sama, esse Deus já está aparecendo. Mesmo dizendo isso, não quer dizer que Ele apareça de uma vez só. Parece que, tendo como ponto o início da primavera, vai aos poucos intensificando essa atuação. Isso “(O Deus Kunitotati que há muito esteve confinado)” – transformado em poema, reflete a alegria de Meishu-Sama. Isto é uma espécie de assunto Divino, por isso é um pouco difícil para eu interpretar seus aspectos mais profundos. Entretanto, de que maneira será que preciso realmente entender isso? Creio que pensar sobre isso seja muito importante.


Desenho do Deus Kunitokotati, feito por Onisaburo Deguti, um dos líderes espirituais da Oomoto
Ushitora no Konjin Kunitokotati-no-Mikoto
Essa divindade é, em essência, a personificação de Ookunitokotati, o Deus Criador do Universo. Nasceu como ser humano, recebendo o nome de Kunitokotati-no-Mikoto.

Em primeiro lugar, o Deus Kunitokotati ( Ushitora no konjin), como o próprio nome diz, é o Deus da Lei (...). Exemplificando, é o Deus que simboliza a atuação vertical do Deus Miroku. Um Deus justo como esse aparecer e exercer sua autoridade Divina significa que o mundo tornar-se-á o mundo onde o Bem prosperará e o Mal não terá valor. Sendo assim, isso se torna motivo de grande felicidade para nós. É natural que celebremos. Entretanto, aqui reside um ponto importante. Não basta apenas sentir-se grato porque Deus aparecerá. Isso porque, em primeiro lugar, acontecerá o Julgamento. E, a menos que estejamos de acordo com a postura correta, a ponto de não nos abalarmos o mínimo que seja, qualquer que seja o julgamento, não há razão para nos alegrarmos. E qual será essa postura correta? Em primeiro lugar, pedir perdão. A humanidade, em uma época bem remota, confinou Deus; veio ignorando-O. Ainda hoje, confina Deus em um canto do coração, e carrega dentro do peito um coração que se inclina ao amor egoísta. Devemos refletir humildemente sobre isso, e, seriamente, pedir perdão.

Primeiramente, devemos preencher nossos corações com a Luz de Deus e firmar o propósito de nos renovarmos a fim de vivermos corretamente. Assim, conforme o poema de Meishu-Sama, creio que estaremos nos empenhando através do nosso exemplo pessoal para que as pessoas em geral possam receber Deus em suas vidas. Este é o significado do Culto do Início da Primavera e do Setsubun.

PARA SABER MAIS:

Na comemoração do dia do Setsubun, realizada em 3 de fevereiro, vários templos xintoístas e budistas jogam feijão torrado, clamando que a fortuna fique dentro e o demônio fora. O objetivo desse ritual é evitar os infortúnios provocados pelos espíritos malignos. Entretanto, de acordo com Meishu Sama, tal pensamento está incorreto. A entidade considerada demônio é uma grandiosa e importantíssima divindade chamada Ushitora no Konjin Kunitokotati-no-Mikoto, também conhecida como Ushitora no Kami.

Kunitokotati é uma divindade extremamente justa e reta, não permitindo, por isso, erro algum. Há muitos anos, nasceu como ser humano. Após a morte, tornou-Se Enma Daio , o Grande Juiz dos mortos no Mundo Espiritual. Como visava à salvação de todos os espíritos, era muito rigoroso, eliminando-lhes as impurezas, tirando-os, dessa forma, do inferno. Por ser extremamente justo e correto, sempre causou pavor a quem Dele se aproximava. Tanto que, conforme relatos de espíritos em manifestações, se alguém mau olha pra Ele, sempre O vê com o semblante carregado, demonstrando braveza; para os muitos perversos, Ele Se apresenta com os olhos brilhando assustadoramente, abre a boca até as orelhas, e, quando fala, cospe fogo. Ao contrário, para os bondosos, aparece sereno e complacente, com uma expressão afável, branda e afetuosa, mas sóbria; o espírito, naturalmente, sente simpatia e respeito por Ele.

Cada ser humano deve, por conseguinte, estar procurando melhorar sempre. Dessa forma, não haverá necessidade de julgamento, nem trabalho, para Kunitokotati, que passará a viver como um Ministro da Justiça demitido por falta de atividade.

Depois de 500 anos, Enma Daio voltou ao Mundo Material como Kannon, na época do budismo. Veio para atenuar, através da misericórdia, o sofrimento da humanidade durante a Era da Noite. A partir daí, passou a realizar o trabalho de salvação com infinita misericórdia. Sem nunca fazer distinção entre Bem e Mal, jamais censura os pecados de ninguém. É por essa razão, inclusive, que os seguidores de Kannon não devem criticar os erros dos outros. Caso o façam, estarão contrariando a vontade de Deus.

MUITO IMPORTANTE PARA ENTENDER OS DIAS DE HOJE:

No fim da Era do Dia anterior (fato ocorrido há 3.000 anos), chamada Tempo Divino, quem governava o mundo era a divindade Kunitokotati-no-Mikoto. Era tão rigoroso e justo, que as outras divindades não O suportavam. Resolveram, por isso, afastá-Lo do comando do mundo, para assim poderem viver como elas gostariam. Chefiadas por Amawakahiko-no- Kami , revoltaram-se e O prenderam. Seu espírito ficou confinado na direção do Nordeste, onde foi morto, após ser torturado. Só teria direito de retornar ao mundo físico quando brotasse o feijão torrado. Como é um fenômeno impossível de acontecer, fica claro que a intenção de Amawakahiko era impedir para sempre a volta de Kunitokotati.

Após a rebelião, passou-se a falar do Céu de Jaku (Ama no Jaku), nome popular de Amawakahiko-no-Kami, uma personalidade bastante arrogante, revoltada contra tudo que havia sido determinado por Kunitokotati-no-Mikoto. Ao mesmo tempo, o povo passou a fugir da direção do Nordeste, por considerá-la o Kimon (portal do demônio).
No Ofudesaki, livro psicografado da Oomoto, está escrito que Kunitokotati-no-Mikoto vai aparecer no mundo material para julgar os vivos. Em outros textos, consta que, até este momento, protegeu a humanidade, permanecendo oculto, mas agora vai surgir diante dela, iniciando assim o julgamento no mundo físico.

domingo, 6 de novembro de 2011

Sobre a Prática de Virtude:



Praticar ações úteis ao próximo e ao mundo torna-se virtude. Somar virtude significa praticar inúmeras vezes essas ações. (...)

Somando virtude, grande número de pessoas sente gratidão pelo seu benfeitor. Essa Luz da gratidão, tornando-se um nutriente, fortalece-lhe o espírito. (...) O espírito se fortalecendo, a sua Luz aumenta, e, consequentemente, ele sobe de nível nas camadas do Mundo Espiritual; a felicidade e as boas coisas também aumentam.

Quanto à virtude oculta, é a prática de boas ações sem o conhecimento de outras pessoas. Geralmente, nos recintos dos santuários existem placas onde se coloca o valor das contribuições. Aquilo é do conhecimento de todos; portanto, é virtude ostensiva. Quando o fato é do conhecimento das pessoas, o benfeitor já estará recebendo a recompensa merecida, mas quando não é, Deus é quem concede a recompensa. Assim, tratando-se de virtude, a oculta é bem melhor. No entanto, o homem não se sente satisfeito se não aparecer...

Devemos praticar boas ações fazendo o possível para que elas não sejam do conhecimento das outras pessoas. Se procedermos assim, Deus nos devolverá o bem multiplicado várias vezes. A soma de virtude oculta é algo surpreendente. As pessoas da atualidade não estão cientes disso, e por esse motivo só praticam virtude ostensiva.


Meishu-Sama em 30 de julho de 1949
Fonte: O pão nosso de cada dia - pag. 324


Praticar ações úteis ao próximo e ao mundo torna-se virtude. Somar virtude significa praticar inúmeras vezes essas ações. (...)

Somando virtude, grande número de pessoas sente gratidão pelo seu benfeitor. Essa Luz da gratidão, tornando-se um nutriente, fortalece-lhe o espírito. (...) O espírito se fortalecendo, a sua Luz aumenta, e, consequentemente, ele sobe de nível nas camadas do Mundo Espiritual; a felicidade e as boas coisas também aumentam.

Quanto à virtude oculta, é a prática de boas ações sem o conhecimento de outras pessoas. Geralmente, nos recintos dos santuários existem placas onde se coloca o valor das contribuições. Aquilo é do conhecimento de todos; portanto, é virtude ostensiva. Quando o fato é do conhecimento das pessoas, o benfeitor já estará recebendo a recompensa merecida, mas quando não é, Deus é quem concede a recompensa. Assim, tratando-se de virtude, a oculta é bem melhor. No entanto, o homem não se sente satisfeito se não aparecer...

Devemos praticar boas ações fazendo o possível para que elas não sejam do conhecimento das outras pessoas. Se procedermos assim, Deus nos devolverá o bem multiplicado várias vezes. A soma de virtude oculta é algo surpreendente. As pessoas da atualidade não estão cientes disso, e por esse motivo só praticam virtude ostensiva.


Meishu-Sama em 30 de julho de 1949
Fonte: O pão nosso de cada dia - pag. 324

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"O Eterno Provisório"




1. INTRODUÇÃO:


"Tudo me é massa, eu sou massa em mim mesmo, meu devir é minha própria matéria, minha própria matéria é ação e paixão, sou verdadeiramente uma massa primordial."

"A massa perfeita é então o elemento material primordial do materialismo (...), de um barro primitivo, apto para receber e para conservar a forma de qualquer coisa. (...) este é o destino de todas as imagens fundamentais."

(A Terra e os devaneios da vontade, p.64-65).




"Para não ser apenas mundo, é preciso que o homem dê forma à matéria; para não ser apenas forma, é preciso que dê realidade à disposição que traz em si."

(Schiller, in: A angústia da concisão, de Abrahão Costa Andrade, p.115).



De fato, traduzir uma idéia ou o que se espera de um ideal, sempre foi (em todos os tempos) busca incessante do elemento humano sobre a Terra; Terra esta, em que de uma maneira bastante significativa, é representada neste relatório.
A terra e a sua transformação (ou formação) a partir de um ideal... A argila como suporte de uma idéia...

Por tarefa ideal deve-se compreender o esforço de todo homem em realizar em toda sua completude aquilo a que ele se destina: satisfazer em si tanto as exigências da razão quanto as da sensibilidade.
O desafio de se traduzir uma idéia através do barro, neste momento da minha existência, veio permeado (não por acaso) do pensamento Schilleriano, que interpreta este impulso da criatividade (que alimenta o saber fazer), como vital. O elemento primordial do impulso sensível seria a vida, já o segundo impulso seria a forma... E a Beleza seria ela mesma a forma viva.

O barro é terra viva, por isso também, é Belo per si. Tratá-lo, purificá-lo, aprimorá-lo, talvez fossem termos mais adequados para caracterizar a tentativa de traduzi-lo em forma, condicioná-lo a uma idéia. Idéia esta, furtada de um outro suporte de idéias (um espetáculo de teatro) que por sua vez furtou-a de um suporte anterior, a música...
E assim viajam as idéias; se propagam através das pessoas, que se propagam através das idéias. E assim viajam as pessoas; se propagam através das idéias que se propagam através das pessoas...

O eterno provisório, que é o nome-idéia desta obra, utiliza-se de uma outra: O som da pessoa, reunindo idéia e pessoa (razão e sensibilidade), traduzidos num só suporte (a massa), numa tentativa coincidente da realização da proposta do pensamento utópico-revolucionário de Schiller: harmonizar os pólos nascidos da cisão provocada pela filosofia crítica (culminando na contemporaneidade); razão e sensibilidade.


2. OBJETIVOS:


2.1 TÉCNICOS:


° Aprendizado do processo de como se obtém a massa (limpeza e preparação) para modelagem e cocção de um artefato de argila (barro).


° Experimentação de mistura da massa preparada com materiais orgânicos e/ou minerais.


° Observação dos resultados plásticos (cor, maleabilidade, textura, peso e resistência) da massa obtida a partir das misturas praticadas e a sua utilização para a confecção da peças idealizadas.


° Desenvolvimento e aprimoramento técnico na modelagem e confecção das peças em quatro técnicas distintas: modelagem livre, rolinho, molde e placa.




2.2 ARTÍSTICOS


° Estimular a capacidade criativa para desenvolver os objetos e suas formas, aplicando as técnicas supracitadas em suas confecções, podendo os mesmos formar uma mesma composição (temática) ou não.


°Aumentar a percepção sobre a argila e suas qualidades semânticas, a consciência e o valor da cerâmica, enquanto atividade artística e cultural.


°Neste caso em particular, desenvolver a cerâmica nestas técnicas, enquanto suporte de uma idéia.



3. DESENVOLVIMENTO:



3.1 PREPARAÇÃO DA ARGILA:


Recebemos um fardo de 20 kg de argila vermelha (rica em óxido de ferro e por isso a coloração avermelhada após a cozedura e o baixo ponto de fusão: 900° C), e começamos inicialmente com a "limpeza", para retirar possíveis substâncias orgânicas ou não, para uma melhor homogeneidade na textura e composição da massa básica (cerca de três dias de duração).

Inicialmente com a ajuda de um fio de nylon, cortamos em fatias finíssimas e horizontais, a peça de argila. Em seguida repousamos estas fatias em placas de madeirite para a secagem, expondo ou não ao sol (cerca de quinze dias de duração).
Depois de secas ao ponto de quebrarem, moemos esta argila com as mãos ou com a ajuda de qualquer objeto que pudéssemos bater sobre a argila seca e moê-la (cerca de três dias de duração).
Após a argila em minúsculos pedaços, dividimos a mistura em 4 partes proporcionais e separadamente, hidratamos novamente a moagem com água, dissolvendo-a até virar uma barbotina (mistura de argila mais espessa que a lama) em um balde de 8L.
Em seguida peneiramos a mistura para separação de partículas indesejáveis (pedrinhas, farpas de madeira e resquícios de manguezal) e deixamos o conteúdo repousando no balde até a completa decantação (cerca de um dia).




3.2. PREPARAÇÃO DAS MASSAS:


Após a retirada do excesso d'água da mistura, e obtendo a barbotina para a preparar a massa básica (argila pura), deixei uma desta forma e misturei em outras três partes diferente, as outras matérias para experimentação:

° Pó de café coado e seco (30%) e argila (70%)

° Pó de serra pedaços irregulares (20%), argila (70%) e chamote (10%)

° Papel higiênico dissolvido em água (20%), argila (70%) e carbonato de cálcio (10%)

° Além de um pouco de argila cinza (com menor percentual de óxido de ferro, para obtenção de uma cor mais esbranquiçada após a queima), para a confecção de alguns itens que proporcionassem contraste entre as cores das cerâmicas após o cozimento.

° Separei algumas fatias do fardo da argila antes da secagem do início do processo, para deixá-las in natura, com o intuito de não destruir as nuances de tonalidades naturais do próprio barro, que se perdem por causa da limpeza. E para compor a obra desta forma.

Em seguida, distribuímos cada uma destas misturas sobre uma base de gesso, para que o restante da água fosse absorvido, restando apenas a mistura ao ponto de massa, de fácil modelagem, sem grudar ou deixar excessos nas mãos (dura cerca de um dia, a depender do volume da massa e do clima).

Retiradas das bases de gesso, cada massa é amassada e sovada, para uma melhor homogeneização, e retirada de possíveis bolhas de ar (desaconselháveis, pois estouram a peça quando vai ao forno). Envolvêmo-las em sacos plásticos a fim de retardar a secagem e conservar a sua plasticidade por mais tempo.


3.3 CONFECÇÃO DAS PEÇAS:


A escolha dos materiais para preparar cada massa teve o pressuposto da idéia de desenvolver objetos, que traduzidos para uma forma próxima ao natural (realista/ naturalista) pudessem também representar e serem compostos daquilo que, enquanto função, se lhe assemelham. Ex: xícara e pires de café, confeccionados com a massa com café.


3.3.1 OBJETOS COM MOLDE:


MÃO:
Inicialmente fizemos uma forma da minha própria mão (esquerda), em gesso, para depois de pronta, receber a argila cinza (cerca de 3 mm de espessura), após o seu endurecimento atingir o ponto de couro, esta foi retirada e reconstituída com auxilio de um palito de madeira.( cerca de 2 semanas).







PIRES:
moldado em um pires de vidro envolvido em plástico filme, utilizei a massa com café (4 mm de espessura), após a secagem, foi retirado e polido (cerca de 2 dias).





3.3.2 OBJETOS EM MODELAGEM LIVRE:


MAÇÃS:
Confeccionei 2 maçãs, uma com a massa c/ pó de serra e outra com a massa c/ pó de café. Após confeccionadas, foram divididas em banda (corte na vertical) com a ajuda do fio de nylon, ocadas com a ajuda de esteco e coladas novamente "riscando" a superfície das metades reunidas com uma agulha, em seguida aplicada a barbotina das mesmas massas de origem por toda a extensão do corte na peça, alisadas até obetrem a textura uniforme de origem. A maçã com pó de serra foi polida com pedra, ao atingir o ponto de couro.






BANANA:
Esta peça foi sovada várias vezes contra a mesa, num mesmo sentido, para retirada de possíveis bolhas de ar da massa pura, até se "parecer" com uma banana realista. Detalhes finais com ajuda de uma faca.








BASE PARA A MÃO:
confeccionada com massa c/ café. Pela sua leveza e efeito craquelado.









CINZEIRO:
Confeccionado com a massa c/ pó de serra e pintado com barbotina de argila cinza, contrastando branco com laranja após a queima.






CONTAS:
As contas redondas foram feitas com as massas de café (uma parte) e massa pura (outra parte). Algumas pintadas com barbotina cinza.







3.3.3 OBJETOS EM PLACA



XÍCARAS:
Feitas em massa c/ café, em placa e finalizadas com fundo e asa (rolinho); as extremidades da placa depois de unidas foram riscadas com ajuda de agulha e coladas com barbotina da massa de origem, depois uniformizadas (superfície lisa). Receberam pintura de barbotina cinza, com a intenção de contraste de cores na mesma peça.






PLACA DA POESIA:
Feita com a paper-clay (massa c/ papel), com ajuda um rolo para massas, abrimos a mesma na régua para placas (em sala de aula), que após aberta, foi alisada com a ajuda de um cartão de plástico e umedificada com uma bucha p/ pratos, teve suas bolhas perfuradas com agulha, com a intenção de liberar o ar preso à massa, livrando a peça de possíveis danos durante a queima. Escrita feita com ajuda de um palito p/ churrasco.








FOLHA DE PARREIRA:
Massa c/ café aberta em placa (da forma supracitada), aplicada sobra a superfície, uma fina camada de barbotina massa cinza (para contraste de cores) e em seguida, aplicada uma folha de parreira natural, para impressão de sua textura na face superior da peça, que após ter sido recortada com a ajuda de uma faca em mesmo formato, foi retirada.







3.3.4 OBJETOS EM ROLINHO



PINCÉIS:
Feitos com massa c/ pó de serra, depois de "rolada" a massa até obter o formato desejado, modelei-os com a ajuda do palito de churrasco.






CIGARROS:
Modelados com massa c/ pó de serra, pintados com barbotina de argila cinza, para contraste de cores.






LUMINÁRIA:
Sobre uma bola de plástico, previamente forrada com jornal, a fim da massa não grudar na superfície da bola, Rolinhos de massa pura foram aplicados sobre a estrutura aleatoriamente e emendados uns aos outros pelas extremidades, após serem riscados, com barbotina da massa de origem. Foram alisados, e quando atingiram ponto de couro, esculpidos com ferramentas para massa biscuit. Subtraídos até atingiram a forma desejada. Após este processo, teve a base (bola) retirada.







3.3.5 TENTATIVAS:



LUSTRE:
Existiu uma tentativa anterior de construir o lustre, que não teve sucesso porque a aplicação da massa foi diretamente sobre a bola de plástico, então à medida que a massa ia secando e naturalmente perdendo volume, por estar grudada na bola e esta não diminuir gradualmente com a massa (pela pressão atmosférica interna), a estrutura fragmentou-se em diversos pontos.
O problema foi solucionado forrando a bola antes de aplicar a massa, com folhas de jornal e fita crepe, e na medida em que a massa secava, diminuindo de tamanho gradualmente, furamos a bola para que diminuísse um pouco o seu volume (a fim de não comprometer a estrutura da peça), mas sem retirá-la de dentro da estrutura do lustre (manobra que ocorreu um pouco antes da queima da peça). Fora isso, o diâmetro dos rolinhos foi maior que os da peça anterior, já que as figuras aparentes no lustre, foram alcançadas através da subtração do barro.






MÃO:
A mão foi feita a partir de uma fôrma de gesso, confeccionada em classe, e a primeira tentativa denunciou vários pontos de prisão da massa na forma, fora isso, a massa inicialmente usada foi a misturada com café, que durante a secagem, apresentou várias fissuras na superfície, inabilitando a peça de ser,tanto retirada adequadamente da forma, quanto de representar a textura ideal para esta peça.

O problema foi solucionado alargando a abertura da fôrma raspando-a com uma faca, eliminando as possíveis prisões, mas sem danificar o potencial de reprodução de uma mão, da fôrma de gesso e, mudando a massa (foi usada a massa pura, cinza) para uma maior plasticidade no acabamento final da peça. Confeccionei duas mãos, uma mais fina, com uma camada de massa menos espessa, e outra com maior quantidade de massa.






MAÇÃS:
duas maçãs foram confeccionadas com massa diferentes a título de experiência, para perceber a diferença entre as texturas dos objetos produzidos. Uma com pó de serra e posteriormente polida com pedra, e a outra com café, que ganhou uma aparência de envelhecida, após a queima.







4. CONCLUSÃO:

Esta atividade, apesar de desafiadora, foi bastante prazerosa, visto que o contato com o barro, em todos os procedimentos supracitados, foi bastante gratificante, despertado em nós a sensação de já conhecer este ofício desde sempre, mesmo sendo a primeira vez do um contato mais ostensivo (com proposta de preparação e produção de peça, sujeitos ao tempo e à avaliação da disciplina).

Desafiadora primeiramente pela necessidade de se ter uma idéia para construir; e em seguida, ter técnica e conhecimentos sobre o material trabalhado para executar a idéia satisfatoriamente. Principalmente esta última questão, foi resolvida com a excelente orientação da professora Sarah Allelujah, que nos orientou e interferiu em momentos estratégicos da produção de cada item, além da queima das peças, que só foi possível graças a ela.







5. REFERÊNCIAS:

SCHILLER, in: Angústia da concisão, Abrahão Costa Andrade, coleção Ensaios Transversais. Ed. Escrituras, São Paulo. 2003

Fotos:
Carol Dávila
Tony
Eduardo
Sarah Hallelujah
Morgana Dávila

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Resposta, é uma coisa que só o tempo entrega. A Mentira também.

" Em toda a ausência, sentia-me coberto e desacordado. Sonhei-te e fui ao teu encontro dizer-lhe, em sonho, o quanto te amo também. Isso é novo porque está polido. Te guardo, te sinto, te amo."




chapter 2
:
ela: Se puder, veja a lua hoje, que daqui estará linda. beijo.

ele:(sobre a lua)...inteira e tua, também a vejo linda do meu aqui. Te sinto mesmo vendo a lua. são duas ausências presentes. Gostaria de tocá-las além do que vejo. Em breve, você me trará a lua mais perto. beijos.

ela: Meia-lua inteira. Meio cheia, meio nua. Meio seio, ausente e crua. Meia ceia, ardente e sua.

ele: Haja luz, luares, porque você existe no desejo ardente de querer.




Mentira
(Rebeca Matta)

É mentira tudo que se diz
É mentira tudo que se dá
Mentira é o que a gente faz
Mentira é o que há

Mentira, a mentira
Á mentira, que verdade
Mentira é o que cresce
Pelos cantos da cidade

Tudo é mentira
Nesse mundo
Tudo é mentira
Na verdade
Tudo é mentira
É o que digo
Tudo é mentira
Por que será?
Por que será?

Há mentira no amor
Quanta mentira no sabor
A mentira, a que manda
A mentira é quem comanda
A mentira é como a tristeza
Quando começa, nunca se vai

A mentira não se esquece
A mentira não se apaga
A mentira é como a tristeza
Quando começa, nunca se vai

Mentira, a mentira
A mentira, que verdade
Mentira é o que cresce
Pelos cantos da cidade

Tudo é mentira
Nesse mundo
Tudo é mentira
Na verdade
Tudo é mentira
É o que digo
Tudo é mentira
Por que será?
Por que será?

A(há) mentira nos teus olhos
A(há) mentira em tua boca
A(há) mentira no fundo do teu coração




Mentira
(Manu Chao)

Mentira lo que dice
Mentira lo que da
Mentira lo que hace
Mentira lo que va

La Mentira..

Mentira la mentira
Mentira la verdad
Mentira lo que cuece
Bajo la oscuridad

Mentira, Mentira, la Mentira

Mentira el amor
Mentira el sabor
Mentira la que manda
Mentira comanda

Mentira, Mentira, la Mentira

Mentira la tristeza
Cuando empieza
Mentira no se va
Mentira, Mentira

La Mentira...

Mentira no se borra
Mentira no se olvida
Mentira, la mentira

Mentira cuando llega
Mentira nunca se va

Mentira

Mentira la mentira
Mentira la verdad

Todo es mentira en este mundo
Todo es mentira la verdad
Todo es mentira yo me digo
Todo es mentira ¿Por qué será?

Todo es mentira en este mundo
Todo es mentira la verdad
Todo es mentira yo me digo
Todo es mentira ¿Por qué será?

Todo es mentira en este mundo
Todo es mentira la verdad
Todo es mentira yo me digo
Todo es mentira ¿Por qué será?


a história não mudou...

How can you tell me such lies and run all over me?
Your smile is like a freeway, a free way of seduction
Enchanted words, with no emotion.
Don't you ever think about the people involved?
Is seduction so faraway from love?
Leaving people in pain is completely insane!
I know you just want to play
So you see me as a toy
But I prefer to believe
You 're not a heartless boy
Cause I also believe that some day, I hope soon
You'll find a new way, and see the beauty of the moon
Clean up the mess in your heart!
In the world of living things, love alive!



Como você pode me dizer tais mentiras, e correr em cima de mim?
Seu sorriso é como uma auto-estrada, uma rodovia dos sedução
Palavras Encantadas, sem emoção.
Você nunca pensa sobre as pessoas envolvidas?
Sedução é tão distante do amor?
Deixando as pessoas em dor é completamente insano!
Eu sei que você só quer brincar
Então você me vê como um brinquedo
Mas eu prefiro acreditar
Você não é um garoto sem coração
Porque eu também acredito que algum dia, espero que em breve
Você vai encontrar uma nova maneira, e ver a beleza da lua
Limpe a bagunça no seu coração
No mundo dos seres vivos, o amor está vivo!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A Música que Invade - o KORA de Zal Idrissa




Zal Idrissa Sissokho

Nascido em Dakar, Senegal, Zal Idrissa Sissokho é descendente de uma longa linha de griots, músicos e contadores de histórias que são os guardiões da tradição oral.

Quando ele ainda era uma criança,aprendeu a tocar a kora (o som lembra o de uma harpa, é um instrumento tradicional africano, de cordas 21), este conhecimento lhe foi passado de geração em geração. Continuou os estudos com o grande mestre de kora Toumany Kouyaté.

Além da kora, Zal Idrissa canta em Mandinka e Wolof. Ele já tocou com muitos artistas Quebec, Incluindo Takadja, os irmãos Diouf, Richard Séguin, Lilison, IKS, Hart Rouge Muna Mingolém e Alpha Yaya Diallo, e temos colaborado com diversas gravações de artistas dúzia Incluindo Monica Freire, Corneille, e de Montreal júbilo Gospel Choir. Em dezembro de 2005 trabalhou com o show do Cirque du Soleil O em Las Vegas. Zal Idrissa Sissokho também excursionou extensivamente em África.